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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Zoom out.

A iniciativa aceita.
Um pássaro voando alto para que Ismália possa pegar.
Uma palavra dita ao vento para que ele pudesse cantarolar.
Era uma criança, que como eu, respirava, comia, cantava (mal), e curtia os Beatles e os Rolling Stones.

A criança foi seguida por impulso, viu sua irmã, brincando na areia, sozinha.
A paixão passava por alí.

Ah, que sentimento infantil é o devaneio da paixão. A natureza, e sua caixinha de areia sem graça se curva e inexiste perante ao amor mal compreendido.
Com cabelos flutuantes, um outro garotinho senta no playground, ao lado de outra garotinha.

Nosso viajante por entre mentes, observa-os com os olhos, lacrimejantes. Por dois minutos, eram o amor de sua vida, e não mais.

O que seria dele? Um poeta romantista? Um suicida?

Bastou que o sol batesse na cara dela.
Ele pegou um papel, desenhou, e representou o ato com perfeição. Mostrou a ela.

Ela, rindo em demasia, deu um beijinho no rosto da criança. Puro e agradecido, os sentimentos afloraram e se divertiram como em uma piscina sem supervisão.

Percebeu, alí, que sua arte poderia fazer sorrisos ao mundo. E a si mesmo.

20 anos mais tarde, havia desistido de mostrar as fotos que tirava da natureza, e das pessoas, e dela, de novo, para os outros. Sua arte era pra si. As fotografias para o jornal eram normais e melancólicas.

Ele guarda si mesmo somente. E para ela. Não que ela visse. Mas ele guardava.

Tudo começou com rabiscos, passeou por entre a lente, terminou em uma televisão. Olhos brilhantes furados por vidro.

Engraçado como natureza e tecnologia coexistem.