Um pássaro voando alto para que Ismália possa pegar.
Uma palavra dita ao vento para que ele pudesse cantarolar.
Era uma criança, que como eu, respirava, comia, cantava (mal), e curtia os Beatles e os Rolling Stones.
A criança foi seguida por impulso, viu sua irmã, brincando na areia, sozinha.
A paixão passava por alí.
A paixão passava por alí.
Ah, que sentimento infantil é o devaneio da paixão. A natureza, e sua caixinha de areia sem graça se curva e inexiste perante ao amor mal compreendido.
Com cabelos flutuantes, um outro garotinho senta no playground, ao lado de outra garotinha.
Nosso viajante por entre mentes, observa-os com os olhos, lacrimejantes. Por dois minutos, eram o amor de sua vida, e não mais.
O que seria dele? Um poeta romantista? Um suicida?
Bastou que o sol batesse na cara dela.
Ele pegou um papel, desenhou, e representou o ato com perfeição. Mostrou a ela.
Ela, rindo em demasia, deu um beijinho no rosto da criança. Puro e agradecido, os sentimentos afloraram e se divertiram como em uma piscina sem supervisão.
Percebeu, alí, que sua arte poderia fazer sorrisos ao mundo. E a si mesmo.
20 anos mais tarde, havia desistido de mostrar as fotos que tirava da natureza, e das pessoas, e dela, de novo, para os outros. Sua arte era pra si. As fotografias para o jornal eram normais e melancólicas.
Ele guarda si mesmo somente. E para ela. Não que ela visse. Mas ele guardava.
Tudo começou com rabiscos, passeou por entre a lente, terminou em uma televisão. Olhos brilhantes furados por vidro.
Engraçado como natureza e tecnologia coexistem.
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