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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Gênesis

Entre as caminhadas do nada, um suspiro.
Era antigo, era feliz, era novo.

O Nada não era... nada. Ele só não era a existência da ausência, como também significava a presença.
Cada fragmento dali possuía uma consciência perfeita, e por isso raramente se manisfestavam.

Daí surgiu o nada, aliás, daí surgiu a inexistência da criação do nada. Esses fragmentos de Nenhum já conheciam o próximo como a si mesmo, e por isso não era necessário a busca por opinião.
O silêncio e arrogância auto-declarada dos que sabiam demais (todos, no caso) trouxe nada mais do que o silêncio, a solidão constante.

Um dia, um fragmento decidiu se questionar. Adiantar que não podia saber de nada... Pois era o Nada.
O questionamento trouxe luz, um suspiro de alívio, foi inesperado e foi relaxante.
Era a mão levantada na sala de aula opressora.
Era o branco substituindo o cinza nas avenidas.
Eram as janelas do arranha-céu abrindo-se para que o ar possa entrar.

A fenda no espaço-tempo criou-se, em um período onde o nada era absoluto. Ali foi um começo de algo, uma máquina. A máquina da criação.

Capturando os inexistentes fragmentos inexistentes, eles eram jogados para dentro de um novo plano, de uma nova dimensão. Era uma expansão.
O nada estava começando a virar o Todo.

E a partícula? A causa primeira?
Nunca foi jogada na máquina da criação, já foi, ou é a máquina da criação?

Não se saberá, talvez nunca.

A questão é a transformação, o início de um novo ano, de uma nova fase, que não tem um marco definido, e sim um evento.

Se este fragmento heroico, o líder da revolução contra os iguais, pudesse falar, acredito que diria:
"Não preciso existir para comprovar-me. A minha pura contribuição já está feita, e a maior prova é feita em um movimento do que um dia se chamará "olhos". E ela se dá pela imperfeição, ao olhar os pobres animais, testemunhos de sua brilhante idiotice."

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